Em dezembro de 2011 soube que meus cunhados que moram no Recife pretendiam viajar para a Escandinávia. Levariam o filho de 8 anos ao parque temático chamado Legolândia onde tudo é feito de LEGOS. Aproveitariam a viagem para visitarem algumas cidades da Noruega e Suécia.
Eu tinha interesse de melhor compreender o modelo LEGO de Billund, que foi inventado em 1932 pelo carpinteiro dinamarquês Ole Kirk Christiansen. O LEGO me parecia se coadunar com os preceitos pedagógicos de Jean Piaget, que estimula a plasticidade e interação entre o aprendiz e o objeto de aprendizagem, um influenciando o outro. É uma corrente pedagógica, o construtivismo, que se coaduna com o Estado de bem estar social. Um modelo de educação que realmente priorize o conhecimento contextualizado, diferente do modelo enciclopédico. Interessante lembrar que diversos Países do mundo adotaram estes LEGOS.
O Reino da Dinamarca é o mais meridional dos países nórdicos, a sudoeste da Suécia e ao sul da Noruega. Recentemente a ONU afirmou que a Dinamarca e outros Países escandinavos possuem os maiores índices de felicidade do mundo. É um verdadeiro estado que se aproxima do bem estar social, promovendo a mobilidade social e assegurando a prestação universal de direitos humanos e a estabilização da economia. De acordo com estatísticas de 2012 a população é de 5,5 milhões de habitantes e as cidades mais populosas são Copenhague e Arhrus. A idade média é de 41,4 anos, 99% da população é alfabetizada, a taxa de fecundidade é de 1,73 filhos por mulher em 2013. O inglês e o alemão são as línguas estrangeiras mais faladas naquele País.
Às vezes confundido pelos norte-americanos como socialistas e simultaneamente criticados pelos escandinavos como excessivamente capitalistas, o jornal britânico The Economist publicou em 2013 que os países nórdicos “são provavelmente os mais bem governados do mundo”. Eles possuem a mais alta classificação no PIB real per capita.
A Dinamarca compartilha uma fronteira de 68 km com a Alemanha e é cercada por 7 314km de mar (incluindo pequenas baías e enseadas).[Possui área total de 43 094km² e é do tamanho do Estado do Rio de Janeiro. Desde 2000 a Dinamarca está ligada à Suécia pela Ponte Oresund.
Troquei algumas ideias e informações com os companheiros de viagem pernambucanos e combinamos de comum acordo traçar um plano de viagem expresso mais detalhadamente no mapa abaixo.
Nosso plano incluiu Copenhague, Billund, Alborg e Arhus na Dinamarca, Kristiansand, Stavanger, Bergen e Oslo na Noruega, Gotemburgo e Helsingborg na Suécia. Na fronteira sueca em Malmo atravessamos a ponte Oresund para Copenhague de onde retornamos para o Brasil.
Percebi depois da viagem 2 grandes falhas no roteiro definido no nosso plano. A primeira foi não ter conhecido uma extraordinária obra da natureza, a Pedra Solta em Lysebotn na Noruega que fica a apenas 87 Km de Stavanger, nas montanhas gêmeas de Kjerag. Perto do local tem o hotel Lysefjorden Turisthytte onde ficam hospedes aficionados pelo esporte radical BASE Jumping.

A segunda falha foi não ter prestado mais atenção para uma extraordinária obra construída pelo ser humano, um verdadeiro selo e atestado de excelência da engenharia escandinava. Ressalte-se que a região tem as suas rochas extremamente duras, razão da qualidade de seus equipamentos de perfuração. A Ponte Øresund custou 1,5 bilhão de dólares e separa Malmo na Suécia, de Copenhague na Dinamarca. Ela foi inaugurada em 2000, feita em 5 anos, e é dividida em 3 trechos, um sobre o mar, um submerso e outro construído sobre uma ilha artificial, totalizando 16 km.

Passei por esta ponte de noite, chovendo, só então percebi se tratar de algo extraordinário.